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1. adolescente normal
Desejando referir-se a um adolescente (uma criança ou um adulto) que não possua uma deficiência, muitas pessoas usam as expressões adolescente normal, criança normal e adulto normal. Isto acontecia muito no passado, quando a desinformação e o preconceito a respeito de pessoas com deficiência eram de tamanha magnitude que a sociedade acreditava na normalidade das pessoas sem deficiência. Esta crença fundamentava-se na idéia de que era anormal a pessoa que tivesse uma deficiência. A normalidade, em relação a pessoas, é um conceito questionável e ultrapassado. TERMO CORRETO: adolescente (criança, adulto) sem deficiência ou, ainda, adolescente (criança, adulto) nãodeficiente.
2. aleijado; defeituoso; incapacitado; inválido
Estes termos eram utilizados com freqüência até a década de 80. A
partir de 1981, por influência do Ano Internacional das Pessoas Deficientes,
começa-se a escrever e falar pela primeira vez a expressão pessoa
deficiente. O acréscimo da palavra pessoa, passando o vocábulo deficiente
para a função de adjetivo, foi uma grande novidade na época. No início,
houve reações de surpresa e espanto diante da palavra pessoa: “Puxa, os
deficientes são pessoas!?” Aos poucos, entrou em uso a expressão pessoa
portadora de deficiência, frequentemente reduzida para portadores de
deficiência. Por volta da metade da década de 90, entrou em uso a
expressão pessoas com deficiência, que permanece até os dias de hoje. Ver
comentários ao item 47.
3. “apesar de deficiente, ele é um ótimo aluno”
Na frase acima há um preconceito embutido: ‘A pessoa com deficiência
não pode ser um ótimo aluno’. FRASE CORRETA: “ele tem deficiência e é um
ótimo aluno”
4. “aquela criança não é inteligente”
Todas as pessoas são inteligentes, segundo a Teoria das Inteligências
Múltiplas. Até o presente, foi comprovada a existência de oito tipos de
inteligência (lógico-matemática, verbal-lingüística, interpessoal, intrapessoal,
musical, naturalista, corporal-cinestésica e visual-espacial). FRASE
CORRETA: “aquela criança é menos desenvolvida na inteligência [por ex.]
lógico-matemática”
5. cadeira de rodas elétrica
Trata-se de uma cadeira de rodas equipada com um motor. TERMO
CORRETO: cadeira de rodas motorizada
6. ceguinho
O diminutivo ceguinho denota que o cego não é tido como uma
pessoa completa. A rigor, diferencia-se entre deficiência visual parcial (baixa
visão ou visão subnormal) e cegueira (quando a deficiência visual é total).
TERMOS CORRETOS: cego; pessoa cega; pessoa com deficiência visual;
deficiente visual.
7. classe normal
TERMOS CORRETOS: classe comum; classe regular. No futuro, quando
todas as escolas se tornarem inclusivas, bastará o uso da palavra classe sem
adjetivá-la. Ver os itens 25 e 51.
8. criança excepcional
TERMO CORRETO: criança com deficiência mental. Excepcionais foi o
termo utilizado nas décadas de 50, 60 e 70 para designar pessoas deficientes
mentais. Com o surgimento de estudos e práticas educacionais na área de altas
habilidades ou talentos extraordinários nas décadas de 80 e 90, o termo
excepcionais passou a referir-se a pessoas com inteligência lógica-matemática
abaixo da média (pessoas com deficiência mental) e a pessoas com
inteligências múltiplas acima da média (pessoas superdotadas ou com altas
habilidades e gênios).
9. defeituoso físico
Defeituoso, aleijado e inválido são palavras muito antigas e eram
utilizadas com freqüência até o final da década de 70. O termo deficiente,
quando usado como substantivo (por ex., o deficiente físico), está caindo em
desuso. TERMO CORRETO: pessoa com deficiência física
10. deficiências físicas (como nome genérico englobando todos os tipos de
Glossário – Pessoa com Deficiência 3
deficiência).
TERMO CORRETO: deficiências (como nome genérico, sem especificar o
tipo, mas referindo- se a todos os tipos). Alguns profissionais não pertencentes
ao campo da reabilitação acreditam que as deficiências físicas
são divididas em motoras, visuais, auditivas e mentais. Para eles, deficientes
físicos são todas as pessoas que têm deficiência de qualquer tipo.
11. deficientes físicos (referindo-se a pessoas com qualquer tipo de
deficiência).
TERMO CORRETO: pessoas com deficiência (sem especificar o tipo de
deficiência). Ver comentário do item 10.
12. deficiência mental leve, moderada, severa, profunda
TERMO CORRETO: deficiência mental (sem especificar nível de
comprometimento). A nova classificação da deficiência mental, baseada no
conceito publicado em 1992 pela Associação Americana de Deficiência
Mental, considera a deficiência mental não mais como um traço absoluto da
pessoa que a tem e sim como um atributo que interage com o seu meio
ambiente físico e humano, que por sua vez deve adaptar-se às
necessidades especiais dessa pessoa, provendo-lhe o apoio intermitente,
limitado, extensivo ou permanente de que ela necessita para funcionar em 10
áreas de habilidades adaptativas: comunicação, autocuidado, habilidades
sociais, vida familiar, uso comunitário, autonomia, saúde e segurança,
funcionalidade acadêmica, lazer e trabalho.
13. deficiente mental (referindo-se à pessoa com transtorno mental)
TERMOS CORRETOS: pessoa com doença mental, pessoa com
transtorno mental, paciente psiquiátrico.
14. doente mental (referindo-se à pessoa com déficit intelectual)
TERMOS CORRETOS: pessoa com deficiência mental, pessoa deficiente
mental. O termo deficiente, quando usado como substantivo (por ex.: o
deficiente físico, o deficiente mental), tende a desaparecer, exceto em títulos
de matérias jornalísticas.
15. “ela é cega mas mora sozinha”
Na frase acima há um preconceito embutido: ‘Todo cego não é capaz
de morar sozinho’. FRASE CORRETA: “ela é cega e mora sozinha”
16. “ela é retardada mental mas é uma atleta excepcional”
Na frase acima há um preconceito embutido: ‘Toda pessoa com
deficiência mental não tem capacidade para ser atleta’. FRASE CORRETA:
Glossário – Pessoa com Deficiência 4
“ela tem deficiência mental e se destaca como atleta”
17. “ela é surda [ou cega] mas não é retardada mental”
A frase acima contém um preconceito: ‘Todo surdo ou cego tem retardo
mental’. Retardada mental, retardamento mental e retardo mental são termos
do passado. FRASE CORRETA: “ela é surda [ou cega] e não tem deficiência
mental”
18. “ela foi vítima de paralisia infantil”
A poliomielite já ocorreu nesta pessoa (por ex., ‘ela teve pólio’).
Enquanto a pessoa estiver viva, ela tem seqüela de poliomielite. A palavra
vítima provoca sentimento de piedade. FRASE CORRETA: “ela teve [flexão
no passado] paralisia infantil” e/ou “ela tem [flexão no presente] seqüela de
paralisia infantil”
19. “ela teve paralisia cerebral” (referindo-se a uma pessoa no presente)
A paralisa cerebral permanece com a pessoa por toda a vida. FRASE
CORRETA: ela tem paralisia cerebral
20. “ele atravessou a fronteira da normalidade quando sofreu um
acidente de carro e ficou deficiente”
A normalidade, em relação a pessoas, é um conceito questionável. A
palavra sofrer coloca a pessoa em situação de vítima e, por isso, provoca
sentimentos de piedade. FRASE CORRETA: “ele teve um acidente de carro
que o deixou com uma deficiência”
21. “ela foi vítima da pólio”
A palavra vítima provoca sentimento de piedade. TERMOS CORRETOS:
poliomielite; paralisia infantil e pólio. FC: ela teve pólio
22. “ele é surdo-cego”
GRAFIA CORRETA: “ele é surdocego”. Também podemos dizer ou
escrever: “ele tem surdocegueira” Ver o item 55.
23. “ele manca com bengala nas axilas”
FRASE CORRETA: “ele anda com muletas axilares”. No contexto
coloquial, é correto o uso do termo muletante para se referir a uma pessoa
que anda apoiada em muletas.
24. “ela sofre de paraplegia” [ou de paralisia cerebral ou de
seqüela de poliomielite]
Glossário – Pessoa com Deficiência 5
A palavra sofrer coloca a pessoa em situação de vítima e, por isso,
provoca sentimentos de piedade. FRASE CORRETA: “ela tem paraplegia”
[ou paralisia cerebral ou seqüela de poliomielite]
25. escola normal
No futuro, quando todas as escolas se tornarem inclusivas, bastará o uso
da palavra escola sem adjetivá-la. TERMOS CORRETOS: escola comum;
escola regular. Ver o item 7 e 51.
26. “esta família carrega a cruz de ter um filho deficiente”
Nesta frase há um estigma embutido: ‘Filho deficiente é um peso
morto para a família’. FRASE CORRETA: “esta família tem um filho com
deficiência”
27. “infelizmente, meu primeiro filho é deficiente; mas o segundo é
normal”
A normalidade, em relação a pessoas, é um conceito questionável,
ultrapassado. E a palavra infelizmente reflete o que a mãe pensa da
deficiência do primeiro filho: ‘uma coisa ruim’. FRASE CORRETA: “tenho dois
filhos: o primeiro tem deficiência e o segundo não tem”
28. intérprete do LIBRAS
TERMO CORRETO: intérprete da Libras (ou de Libras). Libras é sigla
de Língua de Sinais Brasileira. “Libras é um termo consagrado pela
comunidade surda brasileira, e com o qual ela se identifica. Ele é consagrado
pela tradição e é extremamente querido por ela. A manutenção deste termo
indica nosso profundo respeito para com as tradições deste povo a quem
desejamos ajudar e promover, tanto por razões humanitárias quanto de
consciência social e cidadania. Entretanto, no índice lingüístico internacional
os idiomas naturais de todos os povos do planeta recebem uma sigla de três
letras como, por exemplo, ASL (American Sign Language). Então será
necessário chegar a uma outra sigla. Tal preocupação ainda não parece ter
chegado na esfera do Brasil”, segundo CAPOVILLA (comunicação pessoal).
29. inválido (referindo-se a uma pessoa)
A palavra inválido significa sem valor. Assim eram consideradas as
pessoas com deficiência desde a Antiguidade até o final da Segunda
Guerra Mundial. TERMO CORRETO: pessoa com deficiência
30. lepra; leproso; doente de lepra
TERMOS CORRETOS: hanseníase; pessoa com hanseníase; doente de
hanseníase. Prefira o termo a pessoa com hanseníase ao o hanseniano. A
lei federal nº 9.010, de 29-3-95, proíbe a utilização do termo lepra e seus
Glossário – Pessoa com Deficiência 6
derivados, na linguagem empregada nos documentos oficiais. Alguns dos
termos derivados e suas respectivas versões oficiais são: leprologia
(hansenologia), leprologista (hansenologista), leprosário ou leprocômio
(hospital de dermatologia), lepra lepromatosa (hanseníase virchoviana), lepra
tuberculóide (hanseníase tuberculóide), lepra dimorfa (hanseníase dimorfa),
lepromina (antígeno de Mitsuda), lepra indeterminada (hanseníase
indeterminada). A palavra hanseníase deve ser pronunciada com o h mudo
[como em haras, haste, harpa]. Mas, pronuncia-se o nome Hansen (do
médico e botânico norueguês Armauer Gerhard Hansen) com o h aspirado.
31. LIBRAS - Linguagem Brasileira de Sinais
GRAFIA CORRETA: Libras. TERMO CORRETO: Língua de Sinais
Brasileira. Trata-se de uma língua e não de uma linguagem. Segundo
CAPOVILLA [comunicação pessoal], “Língua de Sinais Brasileira é preferível
a Língua Brasileira de Sinais por uma série imensa de razões. Uma das mais
importantes é que Língua de Sinais é uma unidade, que se refere a uma
modalidade lingüística quiroarticulatória-visual e não oroarticulatória- auditiva.
Assim, há Língua de Sinais Brasileira. porque é a língua de sinais
desenvolvida e empregada pela comunidade surda brasileira. Não existe
uma Língua Brasileira, de sinais ou falada”.
32. língua dos sinais
TERMO CORRETO: língua de sinais. Trata-se de uma língua viva e, por
isso, novos sinais sempre surgirão. A quantidade total de sinais não pode ser
definitiva.
33. linguagem de sinais
TERMO CORRETO: língua de sinais. A comunicação sinalizada dos e
com os surdos constitui um língua e não uma linguagem. Já a comunicação
por gestos, envolvendo ou não pessoas surdas, constitui uma linguagem
gestual. Uma outra aplicação do conceito de linguagem se refere ao que as
posturas e atitudes humanas comunicam não-verbalmente, conhecido como a
linguagem corporal.
34. Louis Braile
GRAFIA CORRETA: Louis Braille. O criador do sistema de escrita e
impressão para cegos foi o educador francês Louis Braille (1809-1852), que
era cego.
35. mongolóide; mongol
TERMOS CORRETOS: pessoa com síndrome de Down, criança com
Down, uma criança Down. As palavras mongol e mongolóide refletem o
preconceito racial da comunidade científica do século 19. Em 1959, os
franceses descobriram que a síndrome de Down era um acidente genético.
Glossário – Pessoa com Deficiência 7
O termo Down vem de John Langdon Down, nome do médico inglês que
identificou a síndrome em 1866. “A síndrome de Down é uma das anomalias
cromossômicas mais freqüentes encontradas e, apesar disso, continua
envolvida em idéias errôneas... Um dos momentos mais importantes no
processo de adaptação da família que tem uma criança com síndrome de
Down é aquele em que o diagnóstico é comunicado aos pais, pois esse
momento pode ter grande influência em sua reação posterior.” (MUSTACCHI,
2000, p. 880)
36. mudinho
Quando se refere ao surdo, a palavra mudo não corresponde à realidade
dessa pessoa. O diminutivo mudinho denota que o surdo não é tido como
uma pessoa completa. TERMOS CORRETOS: surdo; pessoa surda;
deficiente auditivo; pessoa com deficiência auditiva. Ver o item 56.
37. necessidades educativas especiais
TERMO CORRETO: necessidades educacionais especiais. A palavra
educativo significa algo que educa. Ora, necessidades não educam; elas
são educacionais, ou seja, concernentes à educação (SASSAKI, 1999). O
termo necessidades educacionais especiais foi adotado pelo Conselho
Nacional de Educação (Resolução nº 2, de 11-9-01, com base no Parecer nº
17/2001, homologado em 15-8-01).
38. o epilético
TERMOS CORRETOS: a pessoa com epilepsia, a pessoa que tem
epilepsia. Evite fazer a pessoa inteira parecer deficiente.
39. o incapacitado
TERMO CORRETO: a pessoa com deficiência. A palavra incapacitado é
muito antiga e era utilizada com frequência até a década de 80.
40. o paralisado cerebral
TERMO CORRETO: a pessoa com paralisia cerebral. Prefira sempre
destacar a pessoa em vez de fazer a pessoa inteira parecer deficiente.
41. “paralisia cerebral é uma doença”
FRASE CORRETA: “paralisia cerebral é uma condição”. Muitas pessoas
confundem doença com deficiência.
42. pessoa normal
TERMOS CORRETOS: pessoa sem deficiência; pessoa não-deficiente.
A normalidade, em relação a pessoas, é um conceito questionável e
Glossário – Pessoa com Deficiência 8
ultrapassado.
43. pessoa presa (confinada, condenada) a uma cadeira de rodas
TERMOS CORRETOS: pessoa em cadeira de rodas; pessoa que anda
em cadeira de rodas; pessoa que usa uma cadeira de rodas. Os termos
presa, confinada e condenada provocam sentimentos de piedade. No
contexto coloquial, é correto o uso dos termos cadeirante e chumbado.
44. pessoas ditas deficientes
TERMO CORRETO: pessoas com deficiência. A palavra ditas, neste
caso, funciona como eufemismo para negar ou suavizar a deficiência, o que é
preconceituoso.
45. pessoas ditas normais
TERMOS CORRETOS: pessoas sem deficiência; pessoas nãodeficientes.
Neste caso, o termo ditas é utilizado para contestar a
normalidade das pessoas, o que se torna redundante nos dias de hoje.
46. pessoa surda-muda
GRAFIA CORRETA: pessoa surda ou, dependendo do caso, pessoa
com deficiência auditiva. Quando se refere ao surdo, a palavra mudo não
corresponde à realidade dessa pessoa. A rigor, diferencia-se entre
deficiência auditiva parcial (quando há resíduo auditivo) e surdez (quando a
deficiência auditiva é total). Ver item 57.
47. portador de deficiência
TERMO CORRETO: pessoa com deficiência. No Brasil, tornou-se
bastante popular, acentuadamente entre 1986 e 1996, o uso do termo portador
de deficiência (e suas flexões no feminino e no plural). Pessoas com
deficiência vêm ponderando que elas não portam deficiência; que a
deficiência que elas têm não é como coisas que às vezes portamos e às
vezes não portamos (por exemplo, um documento de identidade, um guardachuva).
O termo preferido passou a ser pessoa com deficiência. Ver
comentários aos itens 2 e 48.
48. PPD’s
GRAFIA CORRETA: PPDs. Não se usa apóstrofo para designar o plural
de siglas. A mesma regra vale para siglas como ONGs (e não ONG’s). No
Brasil, tornou-se bastante popular, acentuadamente entre 1986 e 1996, o uso
do termo pessoas portadoras de deficiência. Hoje, o termo preferido passou
a ser pessoas com deficiência, motivando o desuso da sigla PPDs. Ver o
item 47.
Glossário – Pessoa com Deficiência 9
49. quadriplegia; quadriparesia
TERMOS CORRETOS: tetraplegia; tetraparesia. No Brasil, o elemento
morfológico tetra tornou-se mais utilizado que o quadri. Ao se referir à
pessoa, prefira o termo pessoa com tetraplegia (ou tetraparesia) no lugar
de o tetraplégico ou o tetraparético.
50. retardo mental, retardamento mental
TERMO CORRETO: deficiência mental. São pejorativos os termos
retardado mental, pessoa com retardo mental, portador de retardamento
mental etc. Ver comentários ao item 12.
51. sala de aula normal
TERMO CORRETO: sala de aula comum. Quando todas as escolas
forem inclusivas, bastará o termo sala de aula sem adjetivá-lo. Ver os itens 7
e 25.
52. sistema inventado por Braile
GRAFIA CORRETA: sistema inventado por Braille. O nome Braille (de
Louis Braille, inventor do sistema de escrita e impressão para cegos) se
escreve com dois l (éles). Braille nasceu em 1809 e morreu aos 43 anos de
idade.
53. sistema Braille
GRAFIA CORRRETA: sistema braile. Conforme MARTINS (1990),
grafa-se Braille somente quando se referir ao educador Louis Braille. Por ex.:
‘A casa onde Braille passou a infância (...)’. Nos demais casos, devemos
grafar: [a] braile (máquina braile, relógio braile, dispositivo eletrônico braile,
sistema braile, biblioteca braile etc.) ou [b] em braile (escrita em braile,
cardápio em braile, placa metálica em braile, livro em braile, jornal em braile,
texto em braile etc.). Ver o item 58.
54. “sofreu um acidente e ficou incapacitado”
FRASE CORRETA: “teve um acidente e ficou deficiente”. A palavra
sofrer coloca a pessoa em situação de vítima e, por isso, provoca
sentimentos de piedade.
55. surdez-cegueira
GRAFIA CORRETA: surdocegueira. É um dos tipos de deficiência
múltipla. Ver o item 22.
56. surdinho
TERMOS CORRETOS: surdo; pessoa surda; pessoa com deficiência
auditiva. O diminutivo surdinho denota que o surdo não é tido como uma
pessoa completa. Os próprios cegos gostam de ser chamados cegos e os
surdos de surdos, embora eles não descartem os termos pessoas cegas e
pessoas surdas. Ver o item 36.
57. surdo-mudo
GRAFIAS CORRETAS: surdo; pessoa surda; pessoa com deficiência
auditiva. Quando se refere ao surdo, a palavra mudo não corresponde à
realidade dessa pessoa. A rigor, diferencia-se entre deficiência auditiva
parcial (quando há resíduo auditivo) e surdez (quando a deficiência auditiva é
total). Evite usar a expressão o deficiente auditivo. Ver o item 46.
58. texto (ou escrita, livro, jornal, cardápio, placa metálica) em Braille
TERMOS CORRETOS: texto em braile; escrita em braile; livro em braile;
jornal em braile; cardápio em braile; placa metálica em braile. Ver
comentários ao item 53.
59. visão sub-normal
GRAFIA CORRETA: visão subnormal. TERMO CORRETO: baixa visão.
É preferível baixa visão a visão subnormal. A rigor, diferencia-se entre
deficiência visual parcial (baixa visão) e cegueira (quando a deficiência visual
é total).
Glossário de Temos do Turismo
Autor: Romeu Kazumi Sassaki
Prefeitura do Município de São Paulo – PMSP Secretaria Municipal de Cultura – SMC Coordenadoria do Sistema Municipal de Bibliotecas – CSMB 1
GLOSSÁRIO SOBRE ACESSIBILIDADE
Pequena seleção de termos e seus significados
acessibilidade - possibilidade e condição de alcance, percepção e entendimento para utilização, com segurança e autonomia, de espaços, mobiliários, equipamentos urbanos, edificações, transportes, informação e comunicação, inclusive seus sistemas e tecnologias, bem como outros serviços e instalações abertos ao público, de uso público ou privado de uso coletivo, tanto na zona urbana como na rural, por pessoa com deficiência ou mobilidade reduzida. (1)
acessibilidade na web - é a possibilidade e a condição de alcance, percepção, entendimento e interação para a utilização, a participação e a contribuição, em igualdade de oportunidades, com segurança e autonomia, em sítios e serviços disponíveis na web, por qualquer indivíduo, independentemente de sua capacidade motora, visual, auditiva, intelectual, cultural ou social, a qualquer momento, em qualquer local e em qualquer ambiente físico ou computacional e a partir de qualquer dispositivo de acesso. (5)
acessível - espaços, mobiliários, equipamentos urbanos, edificações, transportes, informação e comunicação, inclusive seus sistemas e tecnologias ou elemento que possa ser alcançado, acionado, utilizado e vivenciado por qualquer pessoa. (1)
adaptação razoável - modificações e os ajustes necessários e adequados que não acarretem ônus desproporcional ou indevido, quando requeridos em cada caso, a fim de assegurar que as pessoas com deficiência possam gozar ou exercer, em igualdade de oportunidades com as demais pessoas, todos os direitos humanos e liberdades fundamentais. (7)
adaptado - espaço, edificação, mobiliário, equipamento urbano ou elemento cujas características originais foram alteradas posteriormente para serem acessíveis. (1)
adequado - espaço, edificação, mobiliário, equipamento urbano ou elemento cujas características foram originalmente planejadas para serem acessíveis. (1)
ajuda técnica - ver tecnologia assistiva (1)
área de refúgio ou resgate - área com acesso direto para uma saída, destinada a manter em segurança pessoas com deficiência ou com mobilidade reduzida, enquanto aguardam socorro em situação de sinistro. (1)
audiolivro - é um desdobramento artístico de uma obra literária, não significando que uma pessoa cega não possa utilizá-lo. (4)
braille - sistema, inventado por Louis Braille (1809-1852), de representação das letras do alfabeto, sinais matemáticos e de pontuação, números, notas musicais, simbologia química etc., formado por arranjos de pontos em relevo, dispostos em duas colunas de três pontos na Cela Braille. (2)
cego - ver deficiência visual
Central de Interpretação de Libras CIL – Serviço da Secretaria Municipal da Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida que realiza a mediação na comunicação entre pessoas com deficiência auditiva, surdos e surdocegos no atendimento em qualquer serviço público instalado na cidade de São Paulo. (6)
comunicação sonora - comunicação que acontece por meio de sons e requer a percepção auditiva para sua recepção. (2)
comunicação tátil - aquela que se dá, principalmente, por meio de símbolos gráficos com texturas diferenciadas e/ou em relevo ou pela emissão de impulsos vibratórios e requer a percepção tátil para sua recepção. (2)
comunicação visual - comunicação que se dá por meio de imagens e requer a percepção visual para sua recepção. (2)
deficiência - é um conceito em evolução; é resultado da interação entre pessoas com impedimentos (físicos, mentais, intelectuais ou sensoriais) e as barreiras devidas às atitudes e ao ambiente que impedem a plena e efetiva participação dessas pessoas na sociedade em igualdade de oportunidades com as demais pessoas. (Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência) (7)
deficiência auditiva – redução ou ausência da capacidade de ouvir determinados sons em diferentes graus de intensidade. Não é correto utilizar o temo surto-mudo. A pessoa surda “fala” em sua própria língua e com terapia fonoaudiológica pode desenvolver a fala oral. (6)
deficiência física - alteração completa ou parcial de um ou mais segmentos do corpo humano, acarretando o comprometimento da função física, apresentando-se sob a forma de paraplegia, paraparesia, monoplegia, monoparesia, tetraplegia, tetraparesia, triplegia, triparesia, hemiplegia, hemiparesia, ostomia, amputação ou ausência de membro, paralisia cerebral, nanismo, membros com deformidade congênita ou adquirida, exceto as deformidades estéticas e as que não produzam dificuldades para o desempenho de funções. (7)
deficiência intelectual – limitações significativas no funcionamento intelectual e no comportamento adaptativo, que aparecem nas habilidades conceituais, sociais e práticas, antes dos 18 anos. A pessoa com deficiência intelectual não é necessariamente considerada incapaz de exercer sua cidadania. (6)
deficiência mental - veja pessoa com deficiência intelectual
deficiência múltipla - associação de duas ou mais deficiências. Ex: deficiência intelectual associada à deficiência física. (6)
deficiência sensorial - perda da capacidade de receber mensagens por um, ou mais de um, dos órgãos de percepção (visão, audição, olfato, paladar, tato); inclui a deficiência auditiva/surdez, a deficiência visual, a surdo-cegueira, a deficiência tátil e a múltipla deficiência sensorial. (2)
deficiência visual - pessoa com cegueira, na qual a acuidade visual é igual ou menor que 0,05 no melhor olho, com a melhor correção óptica; a baixa visão, que significa acuidade visual entre 0,3 e 0,05 no melhor olho, com a melhor correção óptica; os casos nos quais a somatória da medida do campo visual em ambos os olhos for igual ou menor que 60o; ou a ocorrência simultânea de quaisquer das condições anteriores. (7)
deficiente - veja pessoa com deficiência
desenho universal - concepção de produtos, ambientes, programas e serviços a serem usados, na maior medida possível, por todas as pessoas, sem necessidade de adaptação ou projeto específico. (8)
discriminação por motivo de deficiência - significa qualquer diferenciação, exclusão ou restrição baseada em deficiência, com o propósito ou efeito de impedir ou impossibilitar o reconhecimento, o desfrute ou o exercício, em igualdade de oportunidades com as demais pessoas, de todos os direitos humanos e liberdades fundamentais nos âmbitos político, econômico, social, cultural, civil ou qualquer outro. Abrange todas as formas de discriminação,
inclusive a recusa de adaptação razoável. (8)
equipamento urbano - todos os bens públicos e privados, de utilidade pública, destinados à prestação de serviços necessários ao funcionamento da cidade, em espaços públicos e privados. (1)
guia de balizamento - elemento edificado ou instalado junto aos limites das superfícies de piso, destinado a definir claramente os limites da área de circulação de pedestres, perceptível por pessoas com deficiência visual. (2)
inclusão - ato de integração plena de pessoas portadoras de necessidades especiais em todos os tipos de atividades. (3)
integração - ação, processo ou resultado de integrar indivíduos de um grupo estrangeiro ou minoritário a uma comunidade ou nação. (3)
legenda detalhada - inclui, além das falas dos personagens em cena, informações e falas de personagens em off (fora de cena) e a transcrição de sons não literais, desapercebidos sem o uso da audição. (2)
leitura de tela - sistema que capta todas as informações textuais exibidas na tela do computador e as transmite através de voz sintetizada. Utiliza equipamentos da informática, como software e hardware específicos. (2)
leitura orofacial - conhecida como leitura labial ou leitura da fala, consiste na interpretação visual da comunicação de um falante através da decodificação dos movimentos dos lábios e das expressões fornecidas pela contração dos músculos da face. É utilizada por uma parcela dos surdos e surdo-cegos. (2)
LIBRAS - veja língua brasileira de sinais
língua brasileira de sinais (LIBRAS) - língua de natureza visual-espacial, com estrutura gramatical própria, que constitui o sistema linguístico de comunidades surdas do Brasil. (2)
livro falado - é uma tecnologia assistiva, cujo objetivo é o acesso à informação com o mínimo de interferência de interpretação de terceiros. (4)
mobiliário urbano - conjunto de objetos existentes nas vias e nos espaços públicos, superpostos ou adicionados aos elementos de urbanização ou de edificação, de forma que sua modificação ou seu traslado não provoque alterações substanciais nesses elementos, como semáforos, postes de sinalização e similares, terminais e pontos de acesso coletivo às telecomunicações, fontes de água, lixeiras, toldos, marquises, bancos, quiosques e quaisquer outros de natureza análoga. (1)
mobilidade reduzida veja pessoa com mobilidade reduzida
pessoa com deficiência - é aquela que têm impedimentos de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, os quais, em interação com diversas barreiras, podem obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdades de condições com as demais pessoas. (6)
pessoa deficiente - veja pessoa com deficiência
pessoa com mobilidade reduzida - aquela que, não se enquadrando no conceito de pessoa com deficiência, tenha, por qualquer motivo, dificuldade de movimentar-se, permanente ou temporariamente, gerando redução efetiva da mobilidade, flexibilidade, coordenação motora e percepção. (7)
portador de deficiência - veja pessoa com deficiência
portador de necessidades especiais - veja pessoa com deficiência
piso tátil - piso caracterizado por textura e cor contrastantes em relação ao piso adjacente, destinado a constituir alerta ou linha-guia, servindo de orientação, principalmente, às pessoas com deficiência visual ou baixa visão. São de dois tipos: piso tátil de alerta e piso tátil direcional. (1)
rota acessível - trajeto contínuo, desobstruído e sinalizado, que conecte os ambientes externos ou internos de espaços e edificações, e que possa ser utilizado de forma autônoma e segura por todas as pessoas, inclusive aquelas com deficiência e mobilidade reduzida. A rota acessível pode incorporar estacionamentos, calçadas rebaixadas, faixas de travessia de pedestres, pisos, corredores, escadas e rampas, entre outros. (1)
scanners acessíveis – são equipamentos de tecnologia assistiva que reproduzem em áudio o texto escrito, tornando acessível quase todo o acervo das bibliotecas. Desta forma, a pessoa com deficiência visual pode consultar não apenas os livros em Braille, mas também livros e revistas impressos e demais itens disponíveis. (6)
serviço assistido - apoio para auxiliar qualquer pessoa com dificuldade de circular no ambiente ou de utilizar algum equipamento. (1)
surdez - ver deficiência auditiva
surdocegueira – deficiência única, que apresenta a perda da visão e da audição concomitantemente em diferentes graus. (6)
tecnologia assistiva - produtos, equipamentos, dispositivos, recursos, metodologias, estratégias, práticas e serviços que objetivem promover a funcionalidade, relacionada à atividade e à participação da pessoa com deficiência ou mobilidade reduzida, visando a sua autonomia, independência, qualidade de vida e inclusão social. (1)
usabilidade - medida da experiência e satisfação de um usuário ao interagir com um produto ou um sistema, seja um site, um software ou todo dispositivo operado por um usuário. A usabilidade é uma combinação dos fatores que afetam a experiência do usuário com o produto ou o sistema, quais sejam: facilidade de aprendizagem, eficiência do uso, memorização, frequência de erros e severidade, satisfação subjetiva. (2)
uso comum - espaços, salas ou elementos, externos ou internos, disponíveis para o uso de um grupo específico de pessoas (por exemplo, salas em edifício de escritórios, ocupadas geralmente por funcionários,colaboradores e eventuais visitantes). (1)
uso público - espaços, salas ou elementos externos ou internos, disponíveis para o público em geral. O uso público pode ocorrer em edificações ou equipamentos de propriedade pública ou privada. (1)
BIBLIOGRAFIA
1 – ABNT NBR 9050: acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos. 3.ed. Rio de Janeiro, ABNT, 2015. 148p.
2 – ABNT NBR 15599: acessibilidade - comunicação na prestação de serviços. Rio de Janeiro, ABNT, 2008. 39p.
3 – Aulete digital. Dicionário Caldas Aulete online.<http://www.aulete.com.br>. Acesso em: 28 de março de 2016.
4 - Bengala Legal. Disponível em: <http://www.bengalalegal.com/>. Acesso em: 21 de março de 2016.
5 - Cartilha Acessibilidade na web. W3C Brasil. Fascículo 1. 2013. <http://www.w3c.br/pub/Materiais/PublicacoesW3C/cartilha-w3cbr-acessibilidade-web-fasciculo-I.html>. Acesso em: 29 de março de 2016.
6 - Secretaria Municipal da Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida. <http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/pessoa_com_deficiencia/ >. Acesso em: 21 de março de 2016.
7 - Secretaria Nacional de Promoção dos Direitos da Pessoa com Deficiência <http://www.pessoacomdeficiencia.gov.br>. Acesso em 24 de março de 2016.
8 - Secretaria Nacional de Promoção dos Direitos da Pessoa com Deficiência. Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência. <http://www.pessoacomdeficiencia.gov.br>. Acesso em: 24 de março de 2016.
Fonte: Prefeitura do Município de São Paulo <http://www.sdh.gov.br/assuntos/conferenciasdh/4a-conferencia-nacional-dos-direitos-da-pessoa-com-deficiencia/conceitos/terminologia-sobre-deficiencia-na-era-da-inclusao-conceitos> Coordenadoria do Sistema Municipal de Bibliotecas – CSMB Acesso em: 01 de janeiro de 2017.
Glossário de Temos do Turismo
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